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Brasil Que Nunca Foi, o lado escritor de Andrew Lees

Andrew Lees, do National Hospital for Neurology and Neurosurgery, Queen Square, vem contribuindo sobremaneira com desenvolvimento da área de distúrbios do movimento no mundo, com um toque especial no Brasil. Desde 1983, tem participação constante e intensa em inúmeras reuniões científicas da especialidade por aqui. Foi, aliás, um dos destaques internacionais do Congresso Brasileiro de Neurologia de 2022, em Fortaleza, Ceará.

O famoso neurologista britânico é ainda um escritor qualificadíssimo. Suas obras mesclam realidade e ficção com interpretações da mente humana.

O livro Brasil Que Nunca Foi é um bom retrato de seu estilo. Tem como base sua expedição ao Brasil para seguir a trilha de Percy Fawcett, explorador obcecado por ocultismo que desapareceu na floresta amazônica e cuja história virou o filme A Cidade Perdida de Z, em 2016.

Quando menino, crescendo perto de Liverpool na década de 1950, Andrew Lees visitava as docas com seu pai para assistir aos navios do Brasil descarregarem sua exótica carga de café, fardos de algodão, melaço e cacau. Um dia, o pai lhe deu um livro com orelhas de cachorro chamado Exploration Fawcett. Contava os feitos reais do tenente-coronel Percy Fawcett, britânico que, em 1925, partiu em busca de uma cidade perdida na Amazônia e nunca mais voltou.

A fascinante história dos encontros de Fawcett com animais mortais e tribos hostis, sua missão de descobrir uma civilização atlante e os muitos que perderam suas próprias vidas quando foram em busca dela fizeram nascer uma crença no jovem Lees de que ainda havia lugares terrenos onde se poderia “cair da borda”.

Muitos anos após, depois de se tornar um neurologista de sucesso, Lees resolveu seguir, in-loco, a trilha de Fawcett. O que ele encontrou excedeu suas imaginações mais selvagens.

Com acesso a uma série de documentos secretos, ele descobriu que a busca de Fawcett era bem mais estranha do que procurar uma cidade perdida. Havia uma “missão maior”, que envolvia o ocultismo e a crença em uma comunidade de seres evoluídos que viviam em um plano paralelo oculto no Mato Grosso.

Lees viajou para Manaus tateando os passos de Fawcett. Em sua experiência psicodélica na floresta, ele compreendeu que o anseio pelo Brasil imaginário de sua infância, assim como a busca de Fawcett por um paraíso terrestre, era uma nostalgia do que nunca foi.

Lees pinta um retrato de um Brasil indescritível e de um explorador defeituoso cuja missão condenada arruinou vidas. Tudo sob o pano de fundo de como o descontrole do racional pode pregar peças e levar-nos a conclusões imprecisas e erros de cálculos.

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