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ABN realiza webinar Dia Mundial do Traumatismo Cranioencefálico

Em 20 março, segunda-feira, das 19h às 20h30, a Academia Brasileira de Neurologia promoverá o webinar Dia Mundial do Traumatismo Cranioencefálico. O objetivo da data, que foi criada em 2013 pela Brain Injury Association of America e tem sido adotada por diversas organizações ao redor do mundo, é aumentar a conscientização sobre a importância da prevenção, do diagnóstico e do tratamento do traumatismo craniano.

Pensando na importância do compartilhamento de informações sobre a lesão, a ABN abrirá espaço no evento para todos os interessados no tema, sejam profissionais da saúde, pacientes ou familiares.

Conduzirão o webinar os três representantes do Departamento Científico de Traumatismo Cranioencefálico da Academia: a dra. Maria Elizabeth Ferraz, neurologista da Escola Paulista de Medicina, o dr. Mário Silva Jorge, professor de neurofisiologia da Faculdade de Ciências Médicas Humaniatas, e o dr. Renato Anghinah, coordenador do Serviço de Reabilitação Cognitiva do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

Cada médico fará uma apresentação de cerca de dez minutos com dados relevantes. Número anual de pessoas que sofrem trauma, particularidades da fase aguda, recuperação hospitalar e reabilitação serão alguns dos tópicos abordados. Ao fim das exposições, haverá espaço para debate com o público.

É a primeira vez que um evento da ABN trata do tema com uma audiência leiga. A expectativa, conta o dr. Renato, é grande. “A intenção é levar para o webinar as principais perguntas que escutamos nos nossos consultórios e tentar respondê-las.”

Ele adianta que os neurologistas explicarão por que está em curso uma epidemia silenciosa. “Vários indivíduos, mais do que imaginamos, já sofreram traumas cranianos em acidentes de trânsito, quedas, agressões. Apesar de quase sempre serem leves, eles podem deixar sequelas cognitivas ou motoras. Assim, muita gente vive com essas sequelas sem procurar uma reabilitação, um serviço adequado”, alerta.

O dr. Renato falará sobre a reabilitação, que causa dúvidas entre os pacientes. “No caso de um AVC, por exemplo, consideramos que a pessoa tem uma sequela definitiva de seis meses a um ano após a lesão. Já no caso de um paciente com trauma, alguém com alteração cognitiva que não foi tratada mesmo três, quatro, cinco anos depois do ocorrido, uma abordagem tardia ainda pode obter resultados fantásticos.”

O tratamento, ressalta o médico, deve continuar para além das paredes do hospital. “Quem cuida dos traumas mais moderados e graves na fase aguda é o neurocirurgião — mas após essa fase, e em caso de traumas leves, o paciente geralmente fica sem médico quando recebe alta. Fora do Brasil, em países como os Estado Unidos, há um centro de reabilitação de trauma de crânio em cada cidade com cerca de 250 mil habitantes. Lá, quem está à frente desses centros, embora haja equipes transdisciplinares, com terapia ocupacional, fisioterapia, neuropsicologia, são os neurologistas clínicos, que aqui chamamos apenas de neurologistas.”

No Brasil, o dr. Renato pontua que dois terços dos pacientes não recebem o tratamento adequado, mesmo na rede pública, por não apresentarem lesão motora, “somente” cognitiva. “Via de regra, aquele que possui lesão motora tem maiores chances de ser reabilitado. Ele vai para a Rede Lucy Montoro, para o Sarah Kubitschek, há várias opções. Mas e os outros? Sendo indivíduos disfuncionais, eles começam a ter dificuldade de realizar atividade que antes eram corriqueiras. É preciso enxergar essas pessoas, tirá-las da invisibilidade.”

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